A terra tudo come: um ritual dançado no coração de Fortaleza
Hoje, no palco do Centro Cultural Banco do Nordeste Fortaleza , o dançarino e performer Jade Pereira entregou ao público uma experiência que não se esgota na palavra “espetáculo”. A terra tudo come é, antes de tudo, um ritual. Um atravessamento que convoca o corpo sertanejo, o povo “caboclo” que sai do interior para a capital, e que traz consigo memórias, dores, resistências e ancestralidades que não podem ser apagadas. A travessia ritual Jade não dança apenas: ele conta. Cada gesto de sua performance se confunde com uma narrativa oral herdada, como se o corpo fosse arquivo e voz, voz que retorna às histórias familiares transmitidas no quintal, na beira do rio, nas cozinhas do sertão. A dança se faz contação dançada , onde o ritmo não é só movimento, mas eco das pisadas que o povo sertanejo inscreveu no chão do semiárido. Afroindígena: retomada pela memória A performance toca fundo nas marcas afroindígenas da nossa formação cultural. Ao deslocar essas raízes para o pal...